CARTA DO POETA DO TRISTE/ MEDO DE AMAR... AMANDO
JOSÉ DIAS DA ROCHA
Que bela história de amor! Lembranças bonitas que não se apagam, nesse coração tão puro como o seu. Às vezes penso que não mereço o seu sentimento. Sou rancoroso, tenho medo de amar... amando; faço da beleza uma discórdia, do amor um objeto, da alegria a tristeza e da solidão o meu abrigo.
Meu sofrimento é constante. Atrás de olhos que brilham se percebe uma alegria, se expressando para esconder a melancolia que é o meu peito. Não sei por que as palavras não fazem sentido para mim se as faço tanto sentido para os outros; porque não busco consolo nos meus versos tristes. Acho que por serem tristes é que eu me perco... Perco em busca de um nada que está tão perto, em busca de um abismo que é tão profundo. Vejo uma luz no fim do túnel, mas não existe túnel! Existe mesmo é um labirinto sem saída, que eu mesmo inventei para mim; onde eu mesmo fechei as saídas. Quanto mais me acho, mais me perco, quanto mais sou amado, menos eu amo. Oh! Quantas palavras para explicar a minha solicitude, a minha... Que covardia a minha, eu me esqueci de dizer que te amo! Esqueci de você, e esquecendo-se de você estou esquecendo-se de mim, de viver e querendo assim viver.
Sabe! Quando a noite caia e o domingo se aproximava, escurecia o meu medo, meu medo de ser feliz; o lúgubre tanto me fascina, como tanto me destrói. Luzes Só aquelas artificiais das ruas que não ilumina coração, esse ser que se esconde por trás de um rosto brilhante o rancor de viver, de ser o que quero ser... de ser feliz.
São desatinadas essas palavras desse poeta do triste.
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